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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

REALIZAÇÃO PROFUNDA o que é?


—Talvez se pense que, ao livrar-se de todas as emoções, a pessoa se torna apática e indiferente. Mas isso é completamente falso. Quando a mente está livre, é lúcida e clara. O sábio que está totalmente em paz e livre das emoções perturbadoras têm muito mais sensibilidade e consideração pela felicidade e com o sofrimento do próximo, ao passo que  a pessoa preocupada e confusa é inconsciente, da mesma maneira que a pessoa que a pessoa que não sente um fio de cabelo na palma da mão. O sábio, pelo contrário, totalmente em paz e livre dessas emoções perturbadoras, tem percepção nítida do sofrimento alheio e da lei de causa e efeito; sente-os de maneira tão intensa, como se o fio de cabelo estivesse dentro do olho. Tem uma noção muito mais requintada de juízo e uma compaixão mais ampla. Podem dizer que, quando não expressamos as emoções, isso leva a estados mentais insalubres. Mas é possível expressar as emoções de diversas maneiras. Por exemplo, pode-se expressar a ira, não deixando-a  explodir em fúria e insultos; porém, enfrentando-a com a  própria inteligência. Não é preciso reprimir as emoções. Podemos canalizá-las para um diálogo com a inteligência, utilizá-las para entender a natureza da mente, observar como diminuem por conta própria sem gerar mais sementes para seu futuro despertar. Assim, evita-se no momento as consequências prejudiciais do ódio e, no longo prazo, ele não terá motivo para reaparecer de maneiras tão violentas. A última questão é saber se é possível livrar-se totalmente das emoções negativas. A resposta tem relação com a sabedoria e a liberdade. Quem acha que as emoções destrutivas restringem nossa liberdade interior e obstruem nosso juízo, quando nos libertarmos mais delas, já não terão a mesma força. Teremos mais liberdade e felicidade. Devemos distinguir prazer de felicidade. Aqui, entende-se felicidade como algo que expressa uma profunda sensação de realização, acompanhada por uma sensação de paz e uma multidão de qualidades positivas como o altruísmo. O prazer depende do lugar, das circunstâncias e do objeto de seu gozo. Pode-se ter prazer em certos momentos e não tê-lo em outros. E isso acaba mudando. Algo agradável a certa altura pode logo dar origem à indiferença, depois ao desprazer e ao sofrimento. O prazer ser esgota no desfrute, assim como a vela que se consome e desaparece. A sensação profunda de realização, pelo contrário, não depende do tempo, do local o de objetos. É um estado mental que cresce quanto mais é experimentado. È diferente do prazer em quase todos os aspectos. O que procuramos ao nos desvencilharmos da influência das emoções destrutivas é o tipo de estabilidade interior, clareza e realização a que nos referimos aqui como felicidade.  

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