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domingo, 28 de setembro de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE DEUS


    Kardec questiona os espíritos sobre o quê, e não quem seria Deus, deixando claro que seu interesse seria a estrutura da divindade em si e não o que ele representa.
     Assim, podemos deduzir que, quando propôs a pergunta, Kardec estava interessado no que consiste a divindade e/ou suas características principais, no intuito de aprimorar o entendimento daquilo que representa o que denominamos de "Deus".
     A resposta, todavia, não poderia ser mais contundente, concisa e precisa, apesar de não explicitarem a estrutura em si. Ao dizerem que "Deus é a inteligência suprema" esclarecem a Kardec e, consequentemente, a todos nós que estamos tratando de entender um "ser" ou "algo" cuja característica principal é ser inteligente em grau máximo. Desta forma, fica claro também a dificuldade que encontraremos na busca da compreensão deste ponto em particular, pois se há um abismo entre duas pessoas quando uma está em um nível, sobre um tema qualquer, muito superior que a outra devido à falta de recursos desta, tal como é impossível explicar o cálculo matemático de derivadas ou integrais para aquele que não sabe, sequer, a tabuada, quanto mais quando relacionado com a divindade.
     Na continuação da resposta temos que, além de "inteligência suprema", também é a "causa primária de todas as coisas", deixando claro que tudo o que existe, conhecido ou não, neste e noutros universos, é decorrente desta inteligência que, sendo "suprema", fará ou criará tudo com perfeição compartilhando, assim, de seus atributos. Este conceito é apresentado novamente por Kardec no livro A Gênese, mais precisamente no Capítulo II.
     Contudo, devemos considerar que nem tudo é criação direta de Deus, pois seus filhos, os espíritos, podem atuar no fluido cósmico pelo pensamento, tal como apresentado também no livro A Gênese, desta vez no Capítulo XIV, pelo processo de criação fluídica cujo resultado também compartilha dos atributos do espírito responsável pela "criação".
     A perfeição na permissão dada por Deus para a criação fluídica por parte dos espíritos estaria exatamente no compartilhamento dos atributos deste, pois deverá, obviamente, repercutir nele as características boas ou más daquilo que criou, fazendo, portanto, que cada um aprenda com seus próprios pensamentos e atos, num aprimoramento contínuo e sem solução de continuidade por ser um processo intrínseco ao espírito.
     Na questão vinte e três d’O Livro dos Espíritos, Kardec questiona, similarmente à pergunta de número um, sobre o que seria o espírito, obtendo como resposta se tratar do "princípio inteligente do Universo"; não sendo suprema, é passível de se aprimorar.
     Desta forma, podemos concluir que por "espírito" entende-se se tratar de um processo, semelhante ao que ocorre na condição de encarnado, iniciando sua jornada na infância e se aprimorando com o passar do tempo, porém em escala muito maior; enquanto que Deus não se trataria de um processo, Ele simplesmente "é”. Assim, um ser cuja característica principal é estar ou ser um "processo" poderá compreender os que lhe são semelhantes, todavia, carece de recursos intelectuais para compreender o que lhe é totalmente diferente.
     Bibliografia:
     [1] Kardec A.; O Livro dos Espíritos;
     [2] Kardec A.; A Gênese 

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