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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O caminho


Todo o Ser quando sente o chamado para o caminho espiritual, apresenta-se aos pés da montanha simbólica. Essa montanha representa o caminho da evolução  que ele irá trilhar. 
Aos pés da montanha, ele se apresenta despido, descalço, totalmente livre de todos seus preconceitos ou pré-definições. Os primeiros passos são vacilantes, as pedras do caminho machucam os pés, os galhos das árvores tem espinhos e laceram a carne...
Esses primeiros passos são importantes para separar aqueles que realmente buscam o enlevo espiritual dos quais se apresentam somente por curiosidade.
A estrada é estreita, o caminho é solitário, e a montanha é íngreme.
Em certos momentos, nossas pernas fraquejam, sentimos a angústia perante o tamanho do caminho, mas os verdadeiros buscadores nesse momento sentam e refletem... até sentir revigorado e continuar a jornada.

Ao continuar, nossos pés já encontram mais apoio e as pedras que antes tanto machucavam, agora já não machucam e já aprendemos a caminhar na mata evitando os galhos com espinhos.
Muitos estagnam nesse momento, pois se vislumbram com o avanço conseguido e passam a andar em círculos, achando que já chegaram no ápice da montanha, já se considerando mestres.
Mas o verdadeiro buscador, em sua humildade sabe que há muito o que percorrer, e segue em seu caminho.
Em outro ponto da busca nos deparamos com a noite negra. Nesse ponto questionamos se a caminhada é válida, se tudo o que passamos foi necessário, questionamos toda nossa busca, muitos perdem valores adquiridos, e achando que avançam na subida da montanha, acabam descendo, e voltando ao estado que se encontravam no começo da busca, mas com uma agravante: esteve próximo de Deus e agora se afastaram, se sentem vazios, nulos como pessoa. O verdadeiro buscador, vê que isso é um teste necessário, faz sua fogueira para espantar os perigos e espera pacientemente o dia nascer novamente.
Continuamos nossa jornada, pode ser que Deus dê a dádiva de encontrarmos outros como nós pelo caminho, e apesar de um não poder caminhar pelo outro, ou carregá-lo nas costas, a companhia nos dá força para seguir. Para outros Deus dá um cajado para se apoiarem e seguir viagem.
Quando nos aproximamos do ápice, nossa estrutura mental já se encontra modificada, começamos a entender melhor toda a criação, e nesse momento pode ocorrer que o cansaço da viagem nos faz ter visões, ou até mesmo Deus nos envia seus seres mais sublimes para que nos ajude em nossa caminhada. Os que ainda se encontram amarrados a velhas concepções e preconceitos podem nesse momento acharem que estão ficando loucos, pois ainda não se desenvencilharam de velhas amarras de sua alma. Quem conseguiu romper os grilhões da ignorância, seguem o caminho.
Adquirido o entendimento da criação, e de que Deus habita em tudo, que tudo em nossa volta é parte do Divino, somos levados ao amor em sua mais sublime forma, o amor fraternal pelo todo. O amor divinal, pois se tudo há parte de Deus, e amamos a Deus mais que tudo, então passamos a amar tudo como se ama a Deus.
No ápice da montanha, somos iluminados pelo sol do conhecimento. Nosso ser ficou pelo caminho, renascemos como um novo ser, reintegrado e que adquiriu contato direto com a centelha Divina que a tudo anima. Reencontramos Deus dentro de nós e em tudo que nos cerca. Estamos prontos à alçar vôo aos mais altos recantos espirituais.

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