A grande maravilha da Lei é que ela responde a cada um conforme sua natureza.
Ela
responde aos nossos movimentos com a mesma exatidão com que um espelho reflete nossa imagem.
Se nossa imagem no espelho é feia, a culpa não é do espelho, mas de nós que somos
feios. Se formos bonitos, a imagem será bonita.
Da mesma forma, o tratamento que recebemos
da Lei depende do que somos e fazemos Se somos bons e obedientes, ela responderá com
bondade. Mas, se somos maus e rebeldes, ela nos ensinará o que temos de aprender, com a dor. Cada um pode escolher seu método. Dentro da Lei, porém, todos ternos de
viver. O que dela receberemos, em troca das nossas ações, depende da posição em que nos
situamos diante da própria Lei.
Já vimos qual o papel que o Evangelho tem de representar quando não queremos tornar-nos
anjos, mas permanecer demônios. Cada um, olhando para dentro de si, pode saber a qual dos
dois grupos pertence e, por conseguinte, o tratamento que receberá por parte da Lei.
Por isso,
os bons, se e verdade que podem ser esmagados pelo mundo, nada têm a temer de Deus; ao
passo que os maus, se podem por um momento vencer no mundo, muito têm a temer por parte
da justiça de Deus, que os constrangerá a pagar até o último ceitil. É muito mais seguro e
vantajoso ficar do lado de Deus do que do lado do mundo.
Que valem e podem os recursos do
mundo em comparação com os de Deus? Que poderá e quererá fazer o mundo para nos
defender, quando a ele nos escravizamos?
E que poderá e quererá fazer Deus para nos
defender, quando Lhe pertencemos?
Eis que vemos brilhar, no fundo do grande quadro da Lei que estamos descrevendo, a
resplandecente apoteose final dos bons, não importa se desprezados e condenados pelos
poderosos do mundo, apoteose em que se realizarão as palavras de Cristo — "as forças do
mal não prevalecerão".
Por quanto tempo continuará o homem sem compreender tudo isso?
Quantos erros terá
ainda de cometer e quantas dores terá de sofrer, antes de abrir os olhos para ver á substância
da vida?
O homem continuará a rebelar-se contra a Lei, a fechar-se no seu egoísmo, a
conceber a vida só individualmente, enquanto a Lei arrasta o mundo para a fase orgânica, em
que os elementos das grandes coletividades colaboram fraternalmente.
Quantas lutas serão
ainda necessárias para se chegar à compreensão recíproca e assim coordenar os esforços de
todos para comuns finalidades de bem? Quantas experiências dolorosas serão ainda
necessárias para se aprender a não provocar as reações da Lei?
A LEI DE DEUS -Autor: Pietro Ubaldi
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