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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Olhem só quem eles eram!?

- Pastores, pescadores assalariados, homens ou mulheres doentes e deficientes, prostitutas, gente inexistente à face da lei, ou proscrita por ela… Que rica lista! Uma “corja” de “inutensílios”… Gente sem eira nem beira, de quem não se pode tirar nenhum proveito! Pobres ou humilhados em toda a linha. Gente a quem faltava… fosse lá o que fosse!
É com gente dessa que tropeçamos a cada passo quando, ao percorrer o Evangelho, procuramos saber quem é que se aproximava e seguia Jesus de Nazaré… quem eram os pobres a quem Ele foi enviado como Boa Nova.

Alguns foram chamados por Ele, outros vieram por si mesmos. TODOS largaram o nada que tinham a perder e foram…

E depois parece que foram também esses que Ele apontou como primeiros na Mesa do Banquete. Para escândalo dos “legais” e dos “legalistas” de todos os tempos.

É que os Humildes são um caminho para a GRAÇA! para a Gratuidade do Evangelho, para a Missão. E Deus sabe isso desde sempre. Para nós é que isso não é assim tão fácil de ver e muito menos de engolir...

Pode o primeiro passo de alguns ter sido comandado pelo interesse e pela curiosidade? Pode! E não admira! Aquele Homem respirava Misericórdia e era a Sabedoria em forma de Gente!

Muitos andavam atrás de Jesus para que Ele lhes resolvesse os mais variados problemas? Andavam! A sua proximidade curava cegueiras e libertava de escravidões!

Muitos outros foram pescados nas malha que o encantamento tece ao sentirem chegar às suas vidas uma Novidade absolutamente Nova e Boa? Não duvido! Ainda hoje isso acontece…

Mais tarde também alguns desses foram os primeiros a experimentar que tornar-se com-panheiro de Jesus é, literalmente, comer do mesmo pão que Ele comeu – o podemos dizer sem errar – comer do pão que o diabo amassou
E Isso não é lá grande vida… Digamos até que continua a ser falta de senso. Uma imprudência. Uma provocação ao comum…
Candidatar-se a dificuldades, a mal-entendidos, a perseguições por amor da Justiça é imprudência… Assumir a defesa dos sem defesa, daqueles que a lei condena a ficar do lado de fora das portas da Cidade, porque são gays, porque são divorciados, porque tornaram a casar, porque são filhos dessa gente, é loucura… Chorar com os que choram porque não se com-formam aos mundos da política, da finança e da ganância que geram guerras, desalojados , imigrantes clandestinos, desempregados e pobrezas sem sentido, é fraqueza…
Quem for por aí não deve estar bom da cabeça, já a perdeu ou, vai perdê-la, mais dia, menos dia…

Felizes os que acreditam que o Reino de Deus é feito de Loucura, Atrevimento, Imprudência, in-subordinação, in-submissão, Compaixão, Verdade! Apostar nISSO a Vida, o Saber e os bens, assegura a qualquer um, dias de Paz, Alegria e, pelo menos, pelo menos, muita incompreensão e muitas noites de insónia…

Fazer orelhas moucas à prudência dos prudentes, que fazem do cristianismo uma religião e um credo, é e será sempre uma paradoxal incongruência. É beber numa mesma fonte Felicidade e problemas; É ser Fecundo mesmo que nunca venha a ter filhos; É ser Rico dando TUDO e dando-Se TODO, sem se guardar para si, nem um pouco.

E, aqueles que não exigirem reservas antecipadas verão a Vida a encher-se de nomes de gente que lhe entra em Casa e senta à Mesa sabendo que não precisa bater à porta…


» Glória Marques 

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