Essencialmente, a emoção destrutiva — que também é chamada de fator mental “obscurecedor” ou “aflitivo” — é algo que impede a mente de comprovar a realidade como ela é.
O apego excessivo — o desejo, por exemplo — não nos deixa ver um equilíbrio entre o agradável e o desagradável, o construtivo e o destrutivo, qualidades em algo ou alguém, e nos faz ver essas coisas, por algum tempo, como cem por cento atraentes — e, por conseguinte, nos faz desejá-las. A aversão nos cega para algumas qualidades positivas do objeto, tornando-se cem por cento negativas com relação a tal objeto, dispostos a repeli-lo, destruí-lo ou fugir dele. Esses estados emocionais obstruem o juízo, a capacidade de fazer uma avaliação correta da natureza das coisas. É por isso que dizem que são obscurecedores. Obscurece o modo como as coisas são. Acaba obscurecendo uma avaliação mais aprofundada da natureza das coisas como permanente ou impermanentes, como coisas que têm propriedades, intrínsecas ou não. E, assim, em todos os níveis, é obscurecedora. Assim, as emoções obscurecedoras obstruem a liberdade, encadeando os pensamentos de um modo que nos obriga a pensar, falar e agir de maneira preconceituosa. As emoções construtivas, pelo contrário, fazem uma avaliação mais correta da natureza do que se está percebendo — fundamentam-se em raciocínio sadio.
Sem comentários:
Enviar um comentário