Não é preciso haver uma divisão
entre judaísmo e cristianismo. Essa nunca foi a intenção de Deus e do mundo
espiritual. Se isso aconteceu, o erro foi do homem. Vocês inventaram esses
nomes e rótulos e dão a eles um sentido especial. Para nós, judaísmo e
cristianismo, e isso e aquilo, não significam nada. Quando Cristo nasceu como
Jesus naquela época específica, entre pessoas específicas, havia boas razões
para que fosse assim, e a intenção era que uma só e a mesma verdade de
expandisse, crescesse, e que nunca houvesse essa divisão. A divisão é o caos; a
divisão é a natureza da queda dos anjos, ou o resultado da queda, com todas as
suas tormentas e ódio. A divisão é a separação de Deus, e essa tragédia
inicial, que ocorreu muito antes de a terra existir, está-se repetindo muitas
vezes ao longo do tempo, mas um dia essa doença será curada para sempre. A
união com Deus, a meta e o objetivo, é o contrário de divisão e separação. E se
essa divisão entre judaísmo e cristianismo ocorreu após a vida de Jesus, foi
por culpa do homem, nasceu da mesma raiz ruim da divisão inicial. Deveria haver
unidade entre judaísmo e cristianismo, não importa como vocês chamem,
completude, integração. Portanto, como Cristo representa uma parte tão
importante do retorno de vocês a Deus e, assim, merece a sua gratidão pessoal,
algum contato com Ele – pois Ele é de fato o melhor amigo que vocês poderiam ter,
seu mais forte ajudante – vocês não conseguirão atingir Deus sem Ele, no
cômputo final. A esse respeito, a resposta à questão, se vocês só podem
alcançar Deus através dele, é sim. A constante negação desses fatos implicaria
uma teimosia no coração de vocês que é um sintoma de imperfeição, e enquanto
alguma imperfeição estiver viva em vocês, não será possível a união com Deus.
. Metade do mundo, talvez até mais que a
metade, não é cristã. Algum dia eles vão aceitar Cristo?
RESPOSTA: Bem, na realidade eu já respondi
isso na palestra. Veja, eu disse que todo ser pode encontrar a perfeição, a
perfeição pessoal, através de qualquer religião. Naturalmente, há pessoas que
mantêm uma religião, ou porque ela satisfaz a consciência superficial e, assim,
dá a sensação do dever cumprido, mas na realidade são pessoas espiritualmente
acomodadas, ou porque elas não pensam com nenhuma independência, não passam de
ovelhas de um rebanho. Não vou discutir essas pessoas agora; elas podem ser
encontradas em qualquer fé, cristã ou não. Mas se uma pessoa deseja seriamente
a verdade e o desenvolvimento, mas não dá vazão inteiramente ao eu superior,
deixando o eu inferior influenciar os esforços do eu superior, ela pode fazer
as coisas pela metade. Ou seja, de certa forma ela é espiritualmente ativa, por
exemplo ao seguir determinadas normas de sua fé, ao meditar sobre belas coisas
abstratas, o que faz com que ela se eleve um pouco. Mas ela não faz a coisa
mais importante necessária para o verdadeiro crescimento espiritual, que é a
purificação! Não importa qual seja a fé, se a pessoa não faz isso, esse
trabalho fica para uma encarnação futura. No entanto, a pessoa que faz isso,
independentemente de sua fé, acaba atingindo um estado de consciência no qual
finalmente se abre para a verdade em todos os aspectos. Se uma pessoa morre
como budista, por exemplo, e teve pouca ou nenhuma oportunidade de ouvir falar
da verdade de Cristo, mas se essa pessoa não tiver fugido de si mesma, tiver
passado por esse processo de arrancar todas as máscaras e revelar todas as
falsas motivações, ela estará aberta, no mundo espiritual, para tudo que faz
parte da grande verdade, seja ou não uma confirmação de suas crenças anteriores.
Mas alguém que segue o caminho com frieza, e a imperfeição permanece, vamos
dizer na forma de teimosa, essa pessoa entrará no mundo espiritual e continuará
em uma esfera na qual precisa aprender sob que aspecto ainda é imperfeita, seja
qual for a sua falha. E qualquer falha está em relação direta com a verdade
absoluta, relativa a isso ou a outras coisas. E enquanto esse ser, mesmo que
isso leve uma ou cem encarnações com os estados de purificação intermediários
no mundo espiritual, enquanto não se atingir essa perfeição da alma, a verdade,
em relação direta com a falta de perfeição, ficará oculta. Mas quando essa
perfeição é atingida, todas as barreiras caem. A questão não é que vocês
precisam aceitar isso ou aquilo para atingir o reino dos céus. Essa é uma idéia
muito infantil e primitiva. A questão é essa. Se vocês não conseguirem se abrir
para o que ela é, existe necessariamente algo em seu íntimo que ainda é
imperfeito. E essa imperfeição precisa ser superada. Está claro?
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